sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Em Bolívia

Mais uma vez volto a sucre- Bolívia... E me deparo com a miséria e o desleixo que vive 80% da população. Hoje por exemplo caminhando pelo campesino (mercado que vende de tudo roupa nova, usada, fruta, carne, sapato, utensílios domésticos...) e lá vejo pessoas das mais diversas idades dos 5 aos 95 trabalhando em busca de sustento. O mais duro não é ver uma senhora trabalhando, mas sim ver que ela não merecia carregar quilos e mais quilos de batata nas costas, é ver um senhor que aparenta ter seus 80 anos guardando quilos e mais quilos de macarrão pra uma senhora por uns trocadinhos.


Aqui a pensão que alguns recebem por idade avançada é de mais ou menos uns 70 reais... e me diz quem vive com 70 reais... nem uma criança, quanto mais um vovô... é aqui me deparo sempre com este mundo simples em que cada um tem que buscar o seu, que batalhar pra comer.. É aqui eles não trabalham pra comprar roupas novas, pra comprar um eletrodoméstico pra casa, ou outras coisas mais... eles simplesmente trabalham pra comer desde o mais jovem ao mais velho.

Enquanto olhava meu tênis limpinho, novinho... via os sapatos gastos cheios de costura, ou arrebentados, os pés sujos de lama porque hoje choveu e quem vive no campo pra chegar a cidade caminha bastante. É estou no mesmo mundo que o deles e o seu, mas somos tao diferentes! Não é verdade? Desde a nossa vestimenta, forma de pensar, até os nossos costumes e ações... almejamos o egoísmo ao invés de buscarmos a comunhão.

Continuando minha caminhada pelo campesino, parei pra ver umas sandalinhas, e  comecei a experimentar, a senhora que me vendia se tornou meu apoio, pois não havia onde sentar... toda hora me sustentava nela, naquele momento, não me importava seu cheiro, sua roupinha gasta, nem muito menos se ela teria algo que me contaminaria, mas quantos de nós tentaríamos experimentar equilibrando em um só pé só pra não precisar da humilde senhora.

É tá ficando longo e ao decorrer dos dias terei muito que escrever... então paro por aqui... na certeza que o Pai há de continuar falando aos nossos corações.

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