Tempo de provação…

Não sei se você lembra, mas eu estive falando sobre a água e sobre as dificuldades que tenho encontrado no Campo... Bem as dificuldades continuam e agora a maior delas tem sido de não murmurar por causa da água.

Vou explicar, na Bolívia não chove quase nada, na verdade vi chuva três vezes aqui, então conforme os meses vão passando a água dos rios vai secando, o que faz com que a água fique cada dia mais escassa. Pra complicar mais um pouquinho a nossa casa fica em uma das áreas mais altas da cidade o que dificulta a chegada da água, até porque a mesma não possui pressão.

Durante semanas ela chegou durante as manhas, o que permitia que nós tomássemos um banho rápido, déssemos descarga nos vasos que estavam podres de “fedô”, lavássemos a louça e às vezes até nos dava a oportunidade de lavar umas roupas. Mas agora, ela não chega pelas manhas, o que nos deixa bem abatidos, pois os banheiros estão com um cheiro insuportável, a louça fica gigantesca até decidimos lavá-la com os galões de água potável, que infelizmente vão parar de serem distribuídos porque não há fonte de abastecimento.

Hoje o meu maior anseio é olhar pro céu e ver chuva descendo sem parar, e ver os rios secos sendo preenchidos pelas águas, é de poder tomar um banho nem que seja bem rapidinho, mas na minha casa.

Chego a conclusão que nisto consiste o permanecer na vontade de Deus: quando as coisas não são como eu quero, quando meu eu é crucificado, quando os meus desejos não são atendidos, quando as minhas orações são correspondidas com um silencio de Deus, quando já estou cansado, estressado, saturado, quando sou por Deus provado.

 

Com saudade de tudo e de todos, no amor do Cordeiro... 

Suzana Porto!